Stylist de Hercules Terres e fotografia de Andre Azevedo e Felipe Potenza. Os três estavam em Berlim por estes dias e produziram este editorial I think.
Bom, um material ótimo sempre acontece quando os três se envolvem com algo. Não sei se já haviam trabalhado juntos. Mas deu certo.
Bom, um material ótimo sempre acontece quando os três se envolvem com algo. Não sei se já haviam trabalhado juntos. Mas deu certo.
O editorial chama a atenção por jogar o pensamento num editorial de moda. E isso é tão inusitado, já que o escapismo e a futilidade beirando à idiotice é que andam rondando as ideias neste meio. Eu cansei de imbecilidade, e você? Para mim não interessa a ideia de juventude, luxo, riqueza em uma superfície que na verdade espelha uma enorme falta de tudo. É preciso refletir.
Nisso o editorial acerta em cheio. A primeira coisa que vem à cabeça é o que Hercules disse sobre os olhos de papel, papel de livro recortado, cílios de papel. Por um lado demonstra interesse e como afirmou Habermas, sem interesse não há conhecimento. E segundo, a subjetividade, ou seja, a visão de mundo. Depois pensamos, I think, eu penso...é a hora que você se posiciona perante o mundo. E não podemos deixar de pensar que foi feito na Alemanha. Terra de Habermas, Kant, Nietzsche, Adorno, Benjamin, Horckheimer, etc...
Eles se inspiraram na tendência de alfaiataria para a próxima estação. Os colarinhos e punhos de papel. Associei isso à revolução industrial. Houve uma mudança enorme na indumentária masculina, que sempre teve mais adornos que a feminina. Mas no século XIX, o terno entra em cena. Ele simbolizava o homem que trabalhava, é um símbolo do trabalho. E símbolo da especialização e os contratos, feitos em papel, asseguravam que o trabalho fosse cumprido. E o terno também significa o trabalho pelo trabalho.
Janelas não faltam e lembram claro, a promessa iluminista. Através do conhecimento científico iremos sair das trevas. Penso logo existo de Descartes e Saber é poder de Bacon. O que fazer se você não consegue poder pois não é da aristocracia nem do clero? Conhecimento! Mas isso hoje não existe mais. O que importa é consumir. Você não é nada se não tiver carro. Um ET! E o consumo te joga nas trevas...eita nóis!
Mas existem outros conhecimentos além do científico. Existe o senso comum e minha professora de filosofia um dia contou que quando o pai dela não conseguiu fazer vingar uma semente, os cientistas disseram para ele: Olha, nós colocamos na estufa e ela germinou". Ora, como fazer uma estufa para 3 mil hectares?
Então a luz pode vir do senso comum também. Aquela história comum na Barra da lagoa. ____Olholholhó, rabo de peixe, vai entrar vento sule!
Aprendi isso com eles e nunca erro. É conhecimento antigo e deve ser valorizado.
Aprendi isso com eles e nunca erro. É conhecimento antigo e deve ser valorizado.
Existe o conhecimento que vem da filosofia. Baseado no mergulho profundo nas ideias e voltar com os olhos injetados de sangue, como dizia Mellville.
O que importa deste editorial é essa visão de mundo, mais artística. A arte deve explicar a realidade. Não o consumo. Senão dá no que dá, subjetividades achatadas, como diz Guattari.
O que importa deste editorial é essa visão de mundo, mais artística. A arte deve explicar a realidade. Não o consumo. Senão dá no que dá, subjetividades achatadas, como diz Guattari.
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